Enquanto andava
ainda escuro
nos assaltamos
na penumbra
públicaainda escuro
nos assaltamos
na penumbra
Justapostos
todavia
estamos
no clarão
do agora dia
Secretos
desejos revelados
entre panos,
entre sussurros,
sem danos
Eternos medos
mantivemos
calados
nesse infindo
intervalo
Num oceano
um entre
o outro
em apneia
fluímos
E o saciar
da fome
de nós dois
adiamos
mais um pouco
Um olhar sério
cara a cara
e a alma
se escancara
em riso frouxo
O vazio da vida
esvazia-se
sem pressa,
sem nada,
cá estamos
Futuros planos
afastamos
para um amanhã
que teremos
dia desses
Hoje é Dia do Amor
(Floripa, abril/2015)
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