Agora eu me encosto na batente da porta de uma casa
temporária
e apoio a mão na batente oposta enquanto relaxo uma das
pernas
Agora eu aprecio as folhas das palmeiras quase que se
embaralharem pelo vento suave
o mesmo vento que faz finas gotas de chuva bailarem
despercebidas sobre o fundo cinza do céu tristonho
Agora eu ouço latidos dispersos misturados aos
ruídos feios de ônibus carregados de pessoas estranhas
também o som um tanto embaçado eu ouço de marteladas e
serras elétricas vindas de um prédio em construção
Tudo ao longe agora
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