sábado, 27 de julho de 2013

O canto da sereia


Rebanho, audiência, público-alvo. Chame do que quiser. O que importa não é como você os chama, mas sim como você
os atrai.

A atração do maior número garante o pão de cada dia. É tanto pão que daria pra 
“dar e vender”. É preferível vender. 

”Olha o chuchu beleza! Mulher bonita não paga, mas também não leva!”


Seja na feira-livre ou na TV, é possível atrair um grande número de interessados por qualquer coisa que seja, basta entoar o canto certo na hora certa. Até chuchu é vendido!

Na lenda grega Odisséia de Homero, Ulisses foi amarrado, a pedido próprio, em um dos mastros de seu navio, quando estava prestes a passar próximo à certa ilha. Isso por não querer que seus ouvidos fossem tampados. Ele gostava de um desafio, mas não era bobo, era Ulisses, você sabe. 

Voltando à ilha, ela era famosa por ser povoada por sereias que atraiam para a morte tripulações inteiras. Com cantos meticulosamente elaborados enfeitiçavam e transformavam em carneirinhos diante de lobos ferozes os mais astutos e experientes homens do mar. Era só uma questão de acertar o tom, ajustar a mensagem, perceber o momento e...dar o bote certeiro. 

Ao ser submetido à tamanha força de atração Ulisses só não comandou seus marinheiros para a morte porque todos estavam “surdos” tanto para o canto quanto para os berros de seu comandante que, exausto ao tentar se libertar e ceder ao encanto, acabou desmaiando. O navio passou ileso pela ilha e todos foram felizes para sempre. (licença de roteiro totalmente inventado porque nunca li a obra nem seu resumo, mas assim ficou bacana).


Dá pra passar pela “ilha” e não ser atraído, mesmo sem tampar os ouvidos? Olha lá, a sereia é gostosona e ainda canta como ninguém! Acredito que a única força capaz de suplantá-la é a consciência. Quanto mais plena mais forte. Quanto mais forte mais resistente ao canto.

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