Não dá para simplesmente ignorar alguns fatos. O futebol é uma paixão secular por aqui e a Copa do Mundo é o palco perfeito para que esta paixão seja exercida em sua
plenitude. O povo une-se em uma grande corrente para torcer pela Seleção, que é a Pátria de chuteiras, pelo menos durante os jogos.
Também não dá pra negar o escândalo anunciado, já que boa parte dessa torcida aí vai botar o bloco na rua, e já está ensaiando afinada, não hinos ou marchinhas de carnaval, mas gritos de guerra e palavras de ordem contra a corrupção e a politicagem que envolvem, recheiam e transbordam todo o evento.
Sendo assim o país se prepara para oferecer ao mundo dois espetáculos; isso pra simplificar. Um, que é o esperado, dentro dos estádios. Já o outro, imprevisível e muito mais acalorado, fora das arenas, pelas ruas, onde jovens de várias idades deverão mostrar, aproveitando sabiamente a visibilidade planetária da Copa, sua nada breve e nem um pouco artificial insatisfação.
As partituras estão aí. Já, já, teremos quem toque e quem dance.
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