quinta-feira, 10 de abril de 2014

Café e origami


Darcy aproxima-se silenciosamente e diz com delicadeza: "O senhor aceita?". Estende a mão e entrega um marcador
dpáginas recém construído.
Um Café pode ser um ambiente hostil para leitores. A iluminação não é adequada e o ruído intermitente que entra pela porta impede a manutenção do foco. Mas o comportamento de alguns que, em grupo, agem como se estivessem na geral do velho Maraca, ah, isso é insuperável! Não, não, espere... Acaba de entrar um casal com duas crianças. Um menino de uns sete anos, bem comportado, e uma menina que mal sabe andar e chega dominando o pequeno espaço, que pretendia-se intimista, com seus chiliques e fricotes, manifestados por gritos agudos que espetam os tímpanos mais resistentes.
Eis que em meio ao caos há um cais - com o perdão do infame trocadilho - Darcy com sua voz suave e seu gesto nobre, entregando-me um marcador de páginas feito à mão em papel azul turquesa. Pura gentileza.

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