terça-feira, 10 de junho de 2014

Consciência turva

O caos espreita sorrateiro. 

A barbárie sobrevoa, cheia de si. 



Mas, afinal, quando nos deserdamos de Jorge Amado e elegemos Steve Jobs como ídolo cultural? 

Na mesma esteira as relações humanas, quando falsas,
deixaram de ser somente hipócritas. Passaram a ser também patéticas. Quase todo mundo é quase sempre feliz; tem uma ou duas opiniões tão contundentes quanto superficiais sobre o assunto da vez, que será completamente esquecido a seguir; além de distribuir curtidas em posts que nunca leram. 

Estamos tão mais lá do que aqui, que nem foi necessário mencionar o nome da rede antissocial. Anti, graças ao uso que muitos fazem dela.

A contribuição que as artes imploram em nos dar fica fora do plano, depositada em um enorme saco sem fundo. Apenas de quando em vez lançamos mão dela, mas como adorno para nos diferenciar de nós mesmos, aparentemente.

O caos confunde o ritmo dos pensamentos e a barbárie agita os paradigmas apenas a ponto de embaçá-los. Depois, esfriam-se os ânimos e tudo volta ao anormal.


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