Fico de fora analisando expressões faciais, gestos e palavras fortes ditas com paixão, como sugere o título. Se posso lanço um comentário cínico ou polêmico quando
vejo que os ânimos estão se acalmando.
Outro dia, no refeitório da empresa, surgiu um dos assuntos mais recorrentes justo na hora do almoço: comidas pouco comuns. Acionei todas as formas de captação aguçando os sentidos e me diverti um bocado.
“Fígado? Você come isso?!?”, foi o que disse sem a menor cerimônia uma garota assim que olhou para o meu prato. Fiz cara de nada enquanto a conversa pegava fogo. Um argumentava a favor do fígado, outro contra o nojo e vice-versa.
Eis a sobremesa. A reafirmação da minha convicção de que o ser humano é, entre si, um bicho estranhamente diverso e semelhante ao mesmo tempo e que é isso que o torna tão fascinante, ainda quando se expressa de forma inconvenientemente ácida ou apimentada. O que vale mesmo é a paixão e a discussão que ela provoca.
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