Quando penso nas diversas nações indígenas brasileiras o que
sei é tão pouco que tudo o que sinto resume-se à vergonha e indignação. Uma das
poucas visões que tenho
delas são como esta da fotografia. O que me provoca a indubitável
culpa por fazer parte de uma sociedade que os trata como invisíveis.
Mosquete, arcabuz, canhão. Incontáveis aldeias foram dizimadas
por ocuparem grandes e valiosas extensões de terra. Tifo, varíola, tuberculose.
Outras centenas de milhares foram mortas por males trazidos pelos brancos ainda
no tempo das caravelas. A trágica ironia é que tudo começou com o sedutor
brilho colorido de miçangas e espelhos oferecidos pelos primeiros colonizadores
em troca da confiança ingênua dos nativos. Bugigangas europeias por pau-brasil,
pedras preciosas, ouro e terras.
Temo que este texto – sucinto demais - ou aquela imagem – banal
demais - não mudem nada, pois é certo que mudaram muito pouco em mim os fatos
de pensar a respeito e flagrar o desrespeito. Talvez porque já esteja tudo acomodado,
tudo em seu devido lugar, como num acordo comercial selado.
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