sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Roda viva


O Brasil vive produzindo bons Chicos artistas. Eles estão espalhados por todas as artes. Sobre o Buarque confesso, 
sem rodeios, que sou profundo admirador. E sobre "Roda viva", indo direto ao ponto, vejo que ele, ao retratar um período da nossa história, retratou também um aspecto da vida humana. Coisa que tem a mesma idade do homem. 
Uma roda que é moinho, mundo e gigante. Por vezes roda com tanta fúria que nos embaça a visão e nos tira a lucidez. Uma roda que é imã, sedutora e brilhante. Transforma-nos em óleo para reduzir atrito e assim girar mais, por mais tempo, mais rapidamente. Alucinantemente.
A Terra dá lá as suas voltas; em ritmo próprio, compassado, suavemente arredondado. Sem atropelar o tempo, respira como quem medita, passando só sobre o nada. Sublime, seu rodar é linear, previsível. Amanhece e anoitece, faz nascer e morrer, num ciclo. Naturalmente.
Entre as duas rodas, eis quem encontrou uma pronta e a desprezou, para criar uma outra, que o dominou.


Imagem de Diego Akel, do blog do curta em processo "Círculo"  www.cineakel.blogspot.com

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